Seja livre

Marcos nos traz um registro de uma das passagens mais marcantes do evangelho: o dia em que o Senhor foi tocado.

A antiga cultura judaica – impreterivelmente patriarcal – com seus costumes e leis rigorosas tendiam a colocar a mulher em segundo plano, e foi nesse contexto que uma senhora que sofria com uma hemorragia há muitos anos conseguiu atrair a atenção do Rei.
Essa doença era causada, possivelmente, por uma irregularidade menstrual que, além de causar sofrimento físico, tornava a mulher impura do ponto de vista religioso judaico (Lv 15.25-27)

Naturalmente, isso afastava as pessoas dela e fazia com que ela mesmo se afastasse de todos.

Quantos diante de situações tão controversas não se sentem exatamente como essa mulher? De todos os artifícios utilizados, nada adiantava – somente piorava, pois perdia seu dinheiro, suas forças e, quem sabe sua esperança de solução.

Muito provavelmente, aquela mulher anônima não encontrava-se ali por acaso. A Bíblia diz que ela ouvira falar de Jesus.

Toda sua atitude aponta para uma só direção: fé. Ela ouviu falar de Jesus e creu. Suas palavras apontam pra essa mesma direção: “Se eu apenas lhe tocar as vestes, ficarei curada” (v.28).

Sem dúvida nenhuma o esforço da mulher naquele momento foi necessário para que ela se aproximasse do Senhor, mas é importante entendermos que o ato de acreditar não está associado aos nossos esforços pessoais para que recebamos algo Dele.

O que tocou Jesus não foi o esforço da mulher, e sim o seu coração. Ela não estava atrás do seu poder de curar, mas de sua bondade pra isso.

Como ouvi certa vez do pastor Ariovaldo Ramos, “fé não é acreditar no poder de Deus – isso é lógica. Fé é acreditar no seu caráter.”

A mulher não só sabia que Jesus podia curá-la, mas que Ele também queria isso.

ALEXANDRE DOMINGUES – diácono e líder do ministério de ensino

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